Artigos, Destaques, Notícias › 16/10/2018

Santa Margarida Maria de Alacoque

Na bonita região francesa de Borgonha, Margarida Maria nasceu em 22 de julho de 1647, na modesta família Alacoque. Teve uma juventude difícil, ao lado dos pais, que, pelo excesso de afeto, traçaram a meta de vida da filha, calcada sobre as próprias ambições mundanas.

Recebeu toda formação cultural e religiosa, desde a infância, das monjas Clarissas. Depois vieram as dificuldades: primeiro, o pai faleceu. Logo em seguida, contraiu uma doença não identificada, que a manteve na cama por um longo período. Como nada na medicina curava o seu mal, Margarida, então, prometeu a Nossa Senhora entregar todos os seus dias a serviço de Deus caso recuperasse a saúde. Para sua própria surpresa, logo retornou à sua vida normal. Convencida da intervenção da Providência Divina em favor de sua vida terrena, aos vinte e quatro anos de idade entrou para a Ordem da Visitação, fundada por são Francisco de Sales.

Tomou o nome de Margarida Maria e fez o seu noviciado, um tempo de iluminação e sofrimento. Rezando e contemplando Jesus eucarístico passou a dialogar com o próprio Cristo, que lhe expôs o coração dilacerado e fez revelações sobre a necessidade de mais amor e devoção à eucaristia.

Uma freira simples, humilde, após seus votos nunca saiu do convento e morreu antes de completar 44 anos. “Entre todos os promotores desta excelsa devoção, Santa Margarida Maria Alacoque merece um lugar especial pois, com a ajuda do seu diretor espiritual, o jesuíta São Cláudio de La Colombière e com seu zelo ardente, conseguiu, não sem a admiração dos fiéis, que esse culto adquirisse grande desenvolvimento e, revestido das características do amor e da reparação, se distinguisse das demais formas da piedade cristã”, escreve Papa Pio XII na Carta Encíclica Haurietis Aquas.

Desde a infância, Santa Margarida foi favorecida por extraordinárias visões. Essas aparições eram constantes, não só de Jesus, mas também da Santíssima Trindade, de Nossa Senhora e do seu Anjo da guarda. Entre as revelações, podemos destacar duas:

  1. Em um dia em que ela adorava o Santíssimo Sacramento: “Eis este Coração que tanto amou os homens… por isso te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Corpo de Deus seja dedicada a uma festa especial para honrar meu Coração, comungando nesse dia”.

Nascia aí a prática das primeiras sextas-feiras de cada mês. Essa festa, celebrada anualmente, foi instituída em 1856 pelo Papa Pio IX.

  1. Em uma comunicação mais pessoal: “Foi aqui que Eu sofri mais do que em toda a minha Paixão, vendo-Me num abandono total do céu e da terra, carregado com os pecados de todos os homens.”

Foi assim que Jesus pediu à Santa Margarida Maria para acompanhá-Lo durante uma hora todas as quintas-feiras, surgindo, assim, a Hora Santa.

Margarida Maria foi a primeira propagadora da devoção ao Coração Amoroso e Misericordioso de Jesus. “[…] conheceu esse mistério admirável, o estupendo mistério do amor divino”, palavras do Papa João Paulo II, quando esteve em peregrinação a Paray-le-Monial, em outubro de 1986.

No último período de sua vida, Santa Margarida Maria pôde ver a devoção ser divulgada e praticada, sobretudo, pelas noviças, por quem era responsável no convento. Ela conta em sua Autobiografia, que, chegando próximo da primeira sexta-feira, pediu que elas oferecessem todos os benefícios ao Sagrado Coração. Assim, levantaram um pequeno altar com uma imagem de papel. Ela morreu em 17 de outubro de 1690. Foi beatificada em 18 de setembro de 1864 e canonizada em 13 de maio de 1920, pelo Papa Bento XV.

Àqueles que desejam aprofundar sua devoção a este Coração, com todo amor, Margarida Maria aconselhou confiar sua vida por meio da Consagração diária.

Texto: Vanessa Fonseca, Edwiges e Geraldo Majella

Livros sobre Santa Margarida de Edições Loyola:

Autobiografia de Santa Margarida Maria Alacoque, São Paulo, Loyola, 1985.
Na Escola do Coração de Jesus com Santa Margarida, Pe. Gérard Dufour, São Paulo, Loyola, 2000.
Doutrina e Espiritualidade de Santa Margarida Maria, Jean Ladame, São Paulo, Loyola, 2017.
Rezar 15 dias com Margarida Maria, Gérard Dufour, São Paulo, Loyola, 2000.
Margarida Maria Alacoque – O amor do Coração de Jesus (em quadrinhos), São Paulo, Loyola, 2016.
Um Coração para amar – As doze promessas do Coração de Jesus, Pe. Jerônimo Gasgues, São Paulo, Loyola, 2017.

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