Artigos, Destaques, Notícias › 05/09/2018

#EstamosContigoPapaFrancisco

Nos últimos dias, os ultraconservadores promoveram ataques, apoiados por jornalistas, procurando desestabilizar o Papa Francisco na sua reforma da Igreja. Na tradição espiritual, aprendemos que quando «o inimigo da natureza humana» procura encontrar conivência no nosso coração, para o levar para o seu lado e tentar destruir a obra de Deus a partir de dentro, ele aparece, para nos confundir, como um anjo de luz. Toda a tradição espiritual, por exemplo, o livro de Bergoglio «Silêncio e Palavra» (1990), convida-nos a não responder diretamente.

A melhor resposta a tais ataques, como o próprio Jesus Cristo nos ensina na sua Paixão, é o silêncio, inspirado pelo Espírito Santo. Austen Ivereigh, biógrafo do Papa, comenta: «Este tipo de silêncio é uma escolha deliberada de não responder por meio de uma auto defesa intelectual ou argumentada, a qual, num contexto de confusão, de afrontas mútuas e de meias verdades, não faz mais do que alimentar o ciclo das acusações e contra-acusações histéricas». É necessário coragem para permanecer em silêncio, mas é assim que, por detrás da aparência inicialmente luminosa do anjo, acaba por se desvelar o diabo (=aquele que divide), manifestando as suas verdadeiras intenções. É o que nos ensina o discernimento espiritual nos Exercícios Espirituais.

É o que nos diz Bergoglio-Francisco no seu livro «Silêncio e Palavra»: «No tempo das trevas e das grandes tribulações, quando não é possível desemaranhar nem clarificar os nós e os enredos, então devemos calar. A doçura do silêncio mostrar-nos-á ainda mais fracos, o que fará com que o diabo, sentindo-se fortalecido, saia à luz e nos desvele as suas verdadeiras intenções, já não disfarçado de anjo mas desmascarado».

Por ocasião da audiência privada que, na sexta-feira 30 de setembro, tive com o Santo Padre, confirmei-lhe o apoio e a oração da sua Rede Mundial de Oração (incluindo o MEJ).

Se desejamos manifestar o nosso apoio e a nossa oração, que tal se faça de modo simples. Podemos rezar por ele, mas recordar também que a nossa missão é rezar pelas suas intenções, o que é também uma forma de rezar por ele, pois elas exprimem as suas preocupações e o seu discernimento pelo mundo e pela Igreja.

Unido no Coração de Jesus

Frédéric Fornos, SJ

Diretor Internacional

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